quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Marambaia canta Nordeste e vence pela primeira vez o desfile das escolas de samba de São Luís



Com um enredo sobre as tradições do Nordeste e a luta dos nordestinos em diversos aspectos (sobrevivência, cangaço, seca etc), a escola Marambaia do Samba, do bairro de Fátima, venceu o desfile das escolas de samba de São Luís, cujo resultado foi anunciado na tarde desta quarta-feira (14).
A apuração, como não poderia deixar de ser, foi marcada por confusões por conta de notas de alguns quesitos, o que teria prejudicado, principalmente, a Estação de Mangueira, do bairro de Fátima.
A Marambaia causou polêmica ao usar o símbolo do Comunismo em sua fantasia e nas camisas dos diretores, que é emblema dos dois partidos que seguem a filosofia comunista, PCB e PCdoB.
Embora não estivesse previsto no enredo, o emblema ilustrado pela foice e o martelo foi um pretexto para homenagear Haroldo Oliveira, o Haroldão, ex-presidente do Sindicato dos Ferroviários e que era presidente do diretório municipal do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Haroldão faleceu em dezembro do ano passado.
Ao vencer o carnaval, a Marambaia acabou com uma tradição que reservava o título para apenas três escolas: Favela, Turma do Quinto e Flor do Samba.
O segundo lugar ficou com a Flor do Samba; o terceiro, com a Favela do Samba; o quarto, com a Mangueira; o quinto, com a Turma do Quinto.

Tatuapé é bicampeã do Carnaval de SP com homenagem ao Maranhão

SÃO PAULO
A Acadêmicos do Tatuapé foi a escola vencedora do Grupo Especial do Carnaval 2018 de São Paulo. Com enredo em homenagem ao Estado do Maranhão, a agremiação da zona leste da capital paulista se torna bicampeã, com duas vitórias seguidas.
A tradicional Peruche, que homenageou Martinho da Vila, e a Independente Tricolor, que chegou ao grupo especial neste ano, caíram para o Grupo de Acesso.
A decisão do título só foi confirmada na última nota do último quesito. A escola tirou nota 10 em todos os quesitos anteriores. A única nota 9,9 da Tatuapé foi eliminada pelo critério da apuração, já que, das quatro avaliações dos jurados, a menor é eliminada (e só é considerada no desempate).

TENSÃO

A disputa foi tão acirrada que a Acadêmicos do Tatuapé conquistou o título justamente no desempate. Outras três escolas somaram os mesmos 270 pontos da campeã (Mocidade Alegre, Mancha Verde e Tom Maior).
A regra do desempate leva em conta a ordem dos quesitos lidos no dia da apuração dos votos. Essa sequência foi definida em sorteio realizado pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, nesta segunda-feira (12).
Como o quesito mestre-sala e porta-bandeira foi o último a ter suas notas reveladas, ele seria o primeiro a ser analisado no desempate. Em caso de novo empate, seria observado o penúltimo quesito lido, e assim por diante. 
Ou seja, se o sorteio feito na segunda-feira tivesse determinado outra ordem de leitura dos quesitos, uma outra escola que também somou 270 pontos poderia ter levado o título.
Já a Acadêmicos do Tucuruvi não demonstrou sequelas do incêndio que destruiu 90% de suas fantasias em janeiro e fez bonita apresentação, com carros luxuosos e muita emoção na pista. Apesar disso, ela não teve pontuações por uma decisão tomada pela Liga das Escolas de Samba após o acidente. Assim, ela também não poderia ser rebaixada.

DESFILE

A Tatuapé foi a quinta escola a entrar na avenida no primeiro dia de desfiles, na última sexta (9). A escola exaltou o Maranhão a partir de diversos aspectos. Em seu primeiro carro, falou do encontro da cultura francesa com a abundância da natureza local. Cheio de verde e de plantas, o carro deu o tom colossal do desfile da escola.
O Estado nordestino foi abordado também pela força da cultura negra e pelo folclore popular, como o bumba meu boi e os cultos afro-brasileiros.
A bateria foi outro destaque do desfile da Tatuapé, que inovou ao incorporar a batida do reggae à percussão, fazendo referência ao gosto maranhense pelo estilo musical jamaicano.

ACESSO

Já no Grupo de Acesso, as  duas melhores colocadas foram a Águia de Ouro e a Colorados do Brás, que sobem ao Grupo Especial em 2019.
A Águia de Ouro, que havia caído em 2017, falou da história e da influência dos povos árabes no Brasil neste ano.
Já a Colorado do Brás desbancou escolas tradicionais como Nenê, Camisa Verde e Branco e Leandro de Itaquera e volta ao Grupo especial após 25 anos.